sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os Homossexuais no Parlamento

«Primeira Mulher: E como é que uma assembleia do sexo fraco pode dirigir a palavra ao povo?
«Praxágora: Que dúvida! O melhor possível! É voz corrente que a rapaziada que melhor se deixa... espetar, é a que tem a língua mais pronta. E, graças a Deus, essa é a nossa especialidade!» (Aristófanes)
«Bléfiro: E nós, os velhos? Como é? Se fizermos primeiro amor com as feias, será que a coisa não nos deixa mal, antes de chegarmos a essa fase de que estás a falar?
«Praxágora: Elas não vão fazer questão. Fica descansado. Não tenhas medo: questão elas não fazem, pela certa.
«Bléfiro: Questão, porquê?
«Praxágoras: Por não dormires com elas. Lá nisso estás cheio de sorte.
«Bléfiro: Que a coisa bate certa para o vosso lado, isso bate. O esquema está montado de maneira que nenhum buraquinho fique vazio. Mas os homens, que vai ser deles? Elas vão fugir dos jarretas - está-se mesmo a ver! -, para andarem atrás dos bonitões.» (Aristófanes)
«Primeira Velha: Deixa-te de gracinhas, meu menino! Anda daí, toca para minha casa.
«Moço: Ninguém me pode obrigar, a menos que tenhas pago ao estado 5% dos meus bens.
«Primeira Velha: Pois estás muito enganado. Tens de vir e tens mesmo. Que eu pêlo-me por fazer amor com moços da tua idade.
«Moço: Pois a mim, gente da tua idade dá-me vómitos. E não vou na cantiga, nem que me mates.
«Primeira Velha: Bem, então é isto que te vai obrigar. (Mostra-lhe um papiro.)
«Moço (que finge desconhecê-lo): Que raio de coisa é essa?
«Primeira Velha: Um decreto, segundo o qual tens de vir para minha casa.
«Moço: Ora lê lá, para eu saber do que se trata.
«Primeira Velha: Está bem, eu leio: "Eis o que foi decretado pelas mulheres: se um rapaz novo pretende uma rapariga, não pode possuí-la sem se ter primeiro... atracado a uma velha. Mas se não quiser espetá-la primeiro, e em vez disso continuar a pretender a rapariga, é permitido às mulheres mais velhas, sem qualquer sanção, arrastá-lo pelo... cacete.
«Moço: Aí que sarilho! Será que ainda vou virar hoje Zé-do-Espeto?
«Primeira Velha: Não há outro remédio. As leis são para se cumprirem». (Aristófanes)
Aristófanes escreveu a comédia As Mulheres no Parlamento, solicitando o aplauso do público: "Que a gente séria me dê o prémio pelo que há de sério na peça; e os que gostam de uma boa risada mo concedam pelo que nela há de risonho". A comédia constitui um desenvolvimento mais recente do que a tragédia: o seu material de trabalho não são temas mitológicos, mas os acontecimentos passageiros da vida da cidade grega, sobre os quais emite julgamentos num espírito fantasista e muito cómico. Aristófanes abordou tópicos, tais como a emancipação das mulheres e a sua posição, os ensinamentos de Sócrates e dos sofistas, o problema da guerra ou da paz, a personalidade deste ou daquele político ateniense e as inovações teatrais, apresentando-os no palco para fomentar o debate entre os cidadãos e a zombaria do público. A comédia funcionava como uma espécie de cátedra, a partir da qual Aristófanes dialogava com os cidadãos de Atenas e expunha ao ridículo o que lhe parecia merecer o riso, umas vezes alegre, outras vezes ácido e cruel, mas sempre directo. Aristófanes viveu durante a Guerra do Peloponeso que Tucídedes eleva a narrativa histórica. A Guerra do Peloponeso, bem como outros acontecimentos, enfraqueceu o regime instituído por Clístenes e Péricles: "a democracia confiante na inteligência" (Tucídedes). A paidéia tradicional é substituída por um novo tipo de educação: a palavra tornou-se rainha nos assuntos públicos e nos privados. A confiança excessiva depositada por Protágoras e Górgias no pensamento, isto é, na invenção, é responsabilizada pela degradação da vida pública da cidade: Aristófanes acusa os intelectuais de serem uns mentirosos e esta acusação significa a recusa da atitude teórica.
Aristófanes sabia que as mulheres têm maior fluência verbal do que os homens e que os homens homossexuais se aproximavam desse padrão tipicamente feminino. A presença de de mulheres e de homossexuais no Parlamento pode contribuir para a melhoria da retórica parlamentar, mas, segundo Aristófanes, o fundamento da verdade encontra-se nas práticas simples do camponês, que cultiva o seu campo, que goza a vida e que honra os deuses, e nos gestos do artífice, que repete o gesto do seu avô. A vinha, o pão, o amor e os deuses são o alimento natural do homem. A pedagogia que se afaste deste fundamento gera a desordem e a guerra. Quando desenvolveram a tese do carácter convencional da lei, os retóricos substituiram a sacralidade antiga, fundada na religião, pela nova sacralidade legitimada pelo consenso social. A força da legitimidade depende do consenso alcançado, mas sempre que este se altera a teoria democrática torna-se vulnerável, porque, sem resultados práticos, a natureza ordena que seja infringida. Neste desvio que conduz à tirania, a teoria entra completamente em crise.
Onde há homens, há sempre homens homossexuais. Todos os parlamentos tiveram, têm e terão sempre os seus homossexuais, mas raros têm sido os casos em que essa homossexualidade é publicamente assumida. A próxima Assembleia da República conta com um ou outro homossexual assumido. Mesmo que fosse o único, ele iria descobrir e identificar facilmente os outros que não se assumem, tal é o poder do olhar gay. A troca de olhares cria cumplicidades e afinidades que neutralizam as diferenças políticas. Como existem outros deputados gay, é provável que surja no próximo parlamento uma ala gay capaz unir entre si as diversas forças políticas. Os gays portugueses partem assim à conquista do poder, com o objectivo de combater a discriminação sexual e a homofobia e de defender os seus direitos. A ala dos homossexuais vai trazer muita diversão aos debates parlamentares e talvez alguma animação nos WC's. O povo terá oportunidade de ver nos lugares públicos de sexo casual os deputados gay em acção e isso trará proximidade entre os eleitos e os eleitores. Mamar, mamar, mamar... este é um dos verbos que os gays sabem conjugar, entre poucos outros afins.
J Francisco Saraiva de Sousa

11 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, este post começou por ser uma brincadeira pós-eleitoral para relaxar, mas o homófobo voltou ao ataque - é mesmo uma mente derrotada eleitoralmente e suja! :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Por isso, rapazes do Novo Parlamento, é preciso legislar contra a homofobia: a ala gay deve lutar pelos seus direitos, fazendo cumprir a constituição.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, o homófobo finge que não sabe que o seu partido elegeu algum(uns) gay. A diferença é que não assumem publicamente, embora o façam nos meios apropriados, tais como estações de serviço.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Estes fascistas homófobos querem roubar-nos o espírito de humor - não sabem quando se deve brincar e quando se deve ser sério. Misturam tudo - enfim são bois.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, e como todos os partidos têm os seus gay, estes podem funcionar como o cimento das coligações ou dos acordos. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Em vez de escrever sobre futebol, o homófobo só escreve sobre gays e pedófilos. Como lhe diria Aristófanes: Oh, homem jarreta, cuida do teu cacete e deixa o dos outros em paz!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Vejam como os neo-nazis tratam o PS:

"Em relação ao TGV serviria apenas para endividar Portugal até ás orelhas para depois sermos vendidos em saldo aos castelhanos passados 900 anos de luta, é esta a táctica seguida pelos Ps português que se ajoelhou á maçonaria, e esta que por sua vez se ajoelhou ao psoe espanhol e ao maçom mor castelhano, o cão do zapatero, e atáctico consiste em endividar Portugal, em enfraquecer o nosso tecido produtivo e a nossa indústria propositadamente, de modo a depois convencer os portugueses de uma forma pacífica que o país não tem futuro e que temos que ser espanhóis e passar a pertencer ao império colonial castelhano.

"Que grandes filhos da puta estes gaijos do ps, era criar umas brigadas de limpeza estilo Eta e limpar o cebo a esta corja toda" (fim de citação).

Afinal, o PS venceu e, sendo assim, os socialistas vão "limpar o cebo a esta corja" de panascas enlatados. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E o homófobo referindo uma lei conclui:

"Sem que ninguém se dê conta, a esquerda vai legitimando a pedofilia e a aculturação homossexual das nossas crianças. Para a esquerda, nada mais progressista do que limpar o rabo a meninos; nada como os habituar de tenra idade porque “de pequenino, se torce o pepino” (do padrinho)." (fim de citação)

Vejam como ele está familiarizado com estas coisas da pedofilia, apreciando o papel de limpa rabinhos de crianças! :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O blogue do homófobo é este:

http://espectivas.wordpress.com/

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Adicionei dois novos blogues na lista das actualizações: Homomento e Tour - Cidade Democrática.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, o feed com Cidade Democrática não está a funcionar, porque não fornece conteúdo actualizado desse site brasileiro. Depois vejo melhor a ligação. :)