terça-feira, 22 de julho de 2008

Controle Feminino e Lesbianismo

As sociedades ocidentais têm tentado suprimir o comportamento homossexual de modo severo e até mesmo brutal, e, actualmente, assistimos a um espectáculo degradante com os lideres islâmicos, indianos e negros a acusar o Ocidente de ter inventado a homossexualidade, propondo frequentemente punições brutais, incluindo a morte dos homossexuais. O sistema legal dos países ocidentais possibilita que essas "declarações" sejam feitas, de modo ileso e impune, no espaço ocidental. Esta passividade humilhante do sistema legal pode ser interpretada, não só como uma regressão cultural suicida preocupante, mas também como um controle masculino das leis que visam a supressão da homossexualidade masculina: no Ocidente, a democracia tornou-se uma farsa, encenada mediaticamente por abusadores do poder que já não encobrem a sua corrupção, diante de um auditório universal apático, passivo e atrofiado mental e cognitivamente.
A actividade lésbica constitui uma importante forma de sexualidade feminina e, por isso, as campanhas anti-gay e as leis podem ser encaradas como actividades sociais relevantes que visam suprimir a sexualidade feminina. As duas teorias do controle fazem predições diferentes sobre as atitudes em relação ao comportamento homossexual. Estas predições podem ser testadas empiricamente através de estudos planeados para saber se são os homens ou as mulheres que revelam maior intolerância em relação ao lesbianismo.
Diversos estudos (Whitley, 1988; Herek & Capitanio, 1999) mostraram que as mulheres se opõem mais ao lesbianismo do que os homens. Isto significa que as mulheres são mais negativas e intolerantes em relação ao lesbianismo do que os homens. Porém, os homens são mais negativos e intolerantes em relação à homossexualidade masculina do que em relação à homossexualidade feminina. O padrão feminino confirma a teoria do controle feminino, enquanto o padrão masculino contraria a teoria do controle masculino da supressão da sexualidade feminina.
Os homens e as mulheres são mais negativos e intolerantes em relação à homossexualidade do seu próprio género do que em relação à homossexualidade do género oposto. Este padrão escapa à capacidade de explanação de qualquer teoria evolucionista proposta, porque seria de esperar que, quantos mais membros do seu próprio género se tornassem homossexuais, menor seria a competição entre rivais pelo acesso aos acasalamentos com membros do sexo oposto. Em vez de incentivar a homossexualidade do mesmo género, com o objectivo de reduzir o número de rivais, os homens heterossexuais parecem reprimir a possibilidade de outros homens se tornarem abertamente homossexuais e encorajar a homossexualidade feminina. Em vez de promover a homossexualidade feminina, as mulheres toleram melhor a homossexualidade do género oposto e são intolerantes em relação ao lesbianismo. Ambas as atitudes indicam a reacção oposta à que seria de esperar: os homens são mais homofóbicos do que lesbofóbicos e as mulheres são mais lesbofóbicas do que homofóbicas, provavelmente por terem medo de ser alvo das investidas homossexuais. As atitudes em relação à homossexualidade exigem uma nova explicação científica e talvez mesmo uma reavaliação crítica do conceito de homofobia.
Anexo: Aproveito este momento para agradecer à minha amiga Papillon o seu amável texto que me dedica.
J Francisco Saraiva de Sousa

4 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Obrigado pela sua presença e colaboração nesta ágora virtual, e muito especialmente pelo texto que me dedicou. (Só agora tive a oportunidade de o ler: estive longe do computer.) :)

André LF disse...

Olá, Francisco. Voltei ontem de Botucatu, uma agradável cidade do interior do Estado de São Paulo. Bem, na realidade a natureza é que é agradável. Fiquei espantado ao ver tantas pessoas desreguladas :(
Nas ruas vi muitos jovens embriagados ou sob o efeito de drogas mais pesadas. Nossa juventude está perdida :(
E vc, como tem passado?
Um abraço.

André LF disse...

Gostei muito do texto que a Papillon lhe dedica. Concordo com o que ela disse a respeito da bela contribuição dos seus textos no que tange ao combate do parasitismo intelectual engendrado pelos espíritos metabolicamente reduzidos :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Olá André

A natureza é bela e inocente: as pessoas são o lado feio da natureza.
Espero que tenha desfrutado a natureza. :)