sábado, 19 de janeiro de 2008

Conspiração Silenciosa contra a Democracia

«A história do marxismo é a história de pensadores do século XIX e de políticos do século XX. É também a história de homens do século XX que são, ao mesmo tempo, pensadores e políticos» (C. Wright Mills).
Esta frase de Wright Mills faz pensar e, por isso, volto a referi-la uma segunda vez, para partilhar uma suspeita que se materializa diante dos nossos olhos: a Democracia está em perigo!
Em Portugal, após o 25 de Abril de 1974, os partidos políticos com assento parlamentar foram liderados por homens dotados de cultura: O Partido Socialista tinha Mário Soares, o Partido Comunista tinha Álvaro Cunhal e o CDS tinha Freitas do Amaral. A única excepção era o PSD liderado por Sá Carneiro, que não tinha perfil intelectual, embora prometesse ser um político hábil, se tivesse continuado vivo. A partir do momento em que estes homens com perfil intelectual abandonaram as lideranças dos respectivos partidos políticos, os seus sucessores, com excepção do curto reinado de Adriano Moreira à frente do CDS, têm sido homens muitos ambiciosos, mas destituídos de qualidades intelectuais.
Neste momento, as lideranças partidárias e políticas, bem como as económicas, financeiras, empresariais, educacionais e culturais, estão nas mãos de homens sem qualquer vocação política genuína e completamente destituídos de pensamento e de formação cultural. Portanto, homens desenraizados e divorciados da Tradição Filosófica e Política do Ocidente e das respectivas famílias políticas e suas ideologias, homens que nunca leram seriamente uma obra de qualidade inegável, homens que usam a política para outros fins claramente a-políticos ou mesmo anti-políticos, tais como garantir o seu futuro e o dos seus, enfim homens sem perfis intelectuais que chegaram ao poder através de uma mecânica de funcionamento degradada dos partidos políticos, seguindo unicamente uma carreira intrapartidária pouco transparente. A degradação da qualidade intelectual dos novos políticos determina, em grande medida, a mediocridade das suas políticas, profundamente burocráticas e carentes de objectivos políticos nacionais genuínos: eles não governam; administram com a ajuda da propaganda e a colaboração de técnicos e dos seus lacaios do jornalismo e das relações públicas. Além disso, contam com a preciosa colaboração de supostos ilustres académicos (Balibar, Hobsbawm) que publicam livros onde começam a questionar as virtudes da democracia, louvando o facto da União Europeia ter sido construída de um modo não-democrático, o que, segundo eles, mostra que a democracia talvez não seja o melhor regime político, pelo menos para realizar certos projectos.
Parece ser evidente que a probabilidade de encontrar homens que sejam simultaneamente políticos e pensadores é maior na Esquerda do que na Direita, talvez porque os homens de Esquerda sejam herdeiros, ainda que medíocres, daquilo a que Raymond Aron chamou «o ópio dos intelectuais»: alguma versão ou interpretação do marxismo. De facto, todos os grandes lideres que se reclamaram do marxismo, tais como Lenine, Trotsky, Estaline, Mao Tsé-Tung, Krutschev e Che Guevara, bem como Bernstein, Kautsky, Rosa Luxemburgo e Togliatti, independentemente de estarmos de acordo ou não com as orientações das suas políticas, foram simultaneamente políticos e homens de pensamento, dotados de uma enorme erudição intelectual e capazes de dar contributos significativos para o crescimento dos conhecimentos científico e filosófico, além de serem amantes das artes. Todos os políticos referidos deixaram-nos obras excelentes sobre os mais diversos assuntos, muitas das quais são autênticos tratados de filosofia ou mesmo de ciência. Com raras excepções, a Direita não pode reivindicar nenhum dos seus políticos como sendo simultaneamente político e pensador, embora tenha tido excelentes políticos.
Desde a queda do Muro de Berlim, esta degradação da qualidade e da integridade moral dos políticos europeus e ocidentais agrava-se a um ritmo acelerado, sendo acompanhada por aquilo a que temos chamado o eclipse da democracia, particularmente manifesto na sua mera formalização, já denunciada por Marx, no louvor do domínio da lei, em detrimento de outros poderes, em especial o legislativo, condenado severamente por Stuart Mill, na concentração e centralização do poder, no afastamento dos cidadãos da participação na esfera pública, a não ser no dia das eleições, depois de terem sido manipulados nas campanhas eleitorais e seduzidos com falsas promessas, enfim na burocratização extrema das políticas, das quais ninguém é responsável, simplesmente porque a burocracia é o «governo de ninguém» (Arendt).
A "democracia" que impera actualmente na Europa e na União Europeia é profundamente feudal, oligárquica, cleptocrática e fascista. Somos governados por homens políticos sem qualidades e inimigos do pensamento crítico. A "verdade" foi abolida do seu vocabulário político, em especial eleitoral, e, à custa de tanto mentirem, acabam cinicamente por acreditar nas suas próprias mentiras, convertendo-se em hipócritas e, consequentemente, em corruptos (Arendt).
Estes políticos europeus e os seus agentes contratados fizeram o "Livro Negro do Comunismo", como se o chamado Mundo Livre fosse um oásis de democracia e de liberdade! Mas nós, fiéis leitores de Max Weber, sabemos que a burocracia surge tanto no socialismo como no capitalismo. Por isso, achamos ser necessário fazer o "Livro Negro do Mundo Livre", para que todos saibam que, neste suposto mundo livre, também se violam constantemente os chamados "direitos humanos", a nova arma usada para justificar hipocritamente certas decisões políticas. Aliás, o discurso do fim das ideologias revela que as novas classes dirigentes, independentemente das suas falsas filiações partidárias e políticas, formaram uma espécie de coligação silenciosa, com o objectivo de defenderem camufladamente os seus interesses de classe, de modo a conservarem o poder nas suas mãos e, usando estratagemas corruptos, a enriquecerem, à custa da miséria crescente e da insegurança impostas, em nome de falsas promessas, à "arraia-miúda", que, como se vê claramente nos programas televisivos de debate político, tratam como "gado ignorante e submisso" e com muito desprezo. Este golpe de Estado silencioso usa um discurso economicista fatalista e obscuro para amedrontar as pessoas e levá-las a aceitar resignadamente a perda de direitos garantidos pela Constituição.
Contra os efeitos antidemocráticos deste golpe de Estado silencioso, que usa a democracia formal para esconder o verdadeiro regime político vigente, a oligarquia, torna-se necessário recorrer à imaginação política e politizar os cidadãos para que estes façam resistência suficiente para derrubar a democracia predatória. Os maiores adversários da democracia são as novas classes dirigentes, sejam de Esquerda ou de Direita: uma vez instaladas no poder, descobriram que o podiam usar para enriquecer, quer através da auto-atribuição de chorudas remunerações e de garantias muito atractivas, quer através de diversas práticas de corrupção. Os nomeáveis dos partidos são convidados a ocupar todas as esferas de decisão nacionais, independentemente das suas competências, de modo a que todos em união (o grupo de fusão de Sartre, mas, neste caso, a-revolucionário) possam controlar não só o Estado mas também todos os outros centros de decisão nacionais ou mesmo internacionais aparentemente não-estatais.
Lenine e Trotsky «são, como afirma Wright Mills, pensadores de alta qualidade e ambos estão entre os políticos mais realizados dos últimos cem anos». Lenine é, efectivamente, a «imagem do homem ideal» e «representa "a unidade da teoria e da prática"», além de ser «o Homem Representativo do Marxismo e o homem ideal do futuro», não certamente o do comunismo que terminou com o colapso do Bloco Soviético, mas de uma nova era de Grande Política, capaz de reavivar a Civilização Ocidental ou mesmo o Mundo Global. Diante de Lenine, teórico de primeira qualidade e político de grande senso de justiça social e de inteligência estratégica, os políticos actuais são meros fantoches que apenas sabem zelar pelos seus interesses privados, sem objectivos políticos ousados e favoráveis aos reais interesses dos seus povos. Como já disse noutro post, os revolucionários de ontem são actualmente os maiores inimigos da democracia!
J Francisco Saraiva de Sousa

48 comentários:

Manuel Rocha disse...

Pego no fim e questiono: e não foi sempre assim ? Que foi feito do ideário da Revolução Francesa, que começou por afirmar-se cortando cabeças para depois explicando á chapada à vizinhança as virtudes do seu percurso?

Talvez o sapiens esteja condenado á eterna condição do seu " homem metabólicamente reduzido" e nesse sentido terá que assumir as suas próprias responsabilidades.

Nota-se justificado desencanto neste seu texto. Tenho dias em que o acompanho ( a maioria ) nos outros lá tento remar contra a maré de evidências, mas não deixo de lhes reconhecer a força.

Como costumo dizer hoje o Mundo divide-se em dois grupos: os que são ricos e os que querem sé-lo.

Não diga pois que não há ideologia, porque ela existe e dá pelo nome de Euromilhões...::)) ( faça um estudo sobre tendencias politicas á saida de uma casa de registo de apostas e verá a quantidade de esquerdistas que por lá passam)

Ora esta ideologia é extremamente atractiva porque as pessoas concretas conseguem materializá-la e assim assegurar uma margem de liberdade que sem o vil metal são incapazes de conceptualizar. E vão nesse sentido todas as reinvidicações. É o "quero mais" puro e duro!

Relativamente aos intelectuais e á politica...concordamos em que a maioria simplesmente se chegou para o lado ?

Manuel Rocha disse...

Faltou-me dizer que discordo quando conclui que os inimigos da democracia são as classes dirigentes. Acho que não ! Acho que os verdadeiros inimigos dela têm sido todos os espiritos democráticos que "se chegaram para o lado". A cidadania é hoje conceito sem conteúdo...:)))

E. A. disse...

no louvor do domínio da lei, em detrimento de outros poderes

Concordo com tudo, menos com a frase acima. Em Portugal nem a Justiça é digna de fé; ou porque é desfasada, ou ineficaz, ou mesmo corrupta.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Julgo que não me fiz entender e, por isso, devo dar esclarecimentos: a ideia-base é a de que todos os homens, uma vez chegados ao poder, mais os "pobres" do que os "ricos", tendem a corromper-se. Esta "animalidade" do homem foi negligenciada pela filosofia política, mesmo quando referida, como sucede em Maquiavel. O poder central em Portugal está extremamente corrompido... Nunca houve um golpe de Estado em Portugal: 25 de Abril foi uma farsa. Todos eles coexistiram. As guerras sempre tiveram uma função na história: mudar e renovar. Esta "paz" e tranquilidade matam também a animalidade, convertendo os homens em "gado passivo". Precisamos rever muitos conceitos...
Sim, não há cidadania, até porque não há educação: o Poder não está interessado no conhecimento.
Sim, os ricos e os que querem ser ricos: essa mentalidade deve ser minada. Porque uma sociedade de ricos é um mito que pode custar caro, a menos que regressemos à escravatura ou ao colonialismo.
Quem fala no fim das ideologias não sou eu, mas os instalados que não desejam mudar nada: a ideologia está no próprio consumo.
Sim, Papillon, não temos "justiça" e, no entanto, esse poder deseja mais poder e resiste à mudança. Nesse aspecto, sigo John Stuart Mill.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Mas relendo os comentários, não vejo divergências: Em Política, como disse Arendt, podemos dar início a acções, cujo curso escapa ao nosso "controle". Podemos fazer uma política aliada ao pensamento e à verdade, à Sócrates filósofo, sem perdermos o bom senso!
Num outro post, "Natal, Dor e Prazer", alertei para o facto do "prazer imediato" ser inimigo do pensamento independente. A luta contra a "punição" é um trauma nacional, que deve ser ultrapassado. Sem punição, não há aprendizagem nem cidadãos responsáveis. Isto não implica retomar o modelo das "punições eternas" de Platão que moldou o cristianismo.
Outra coisa: o cristianismo faz parte integrante da nossa civilização e, por isso, devemos ter cuidado quando o criticamos levianamente. As Igrejas não têm o seu monópolio.
Marcuse, em certos momentos, estava aberto à possibilidade de uma "ditadura educativa", como Platão. A educação precisa mudar de rumo...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Mas, Manuel Rocha, essas pessoas que vivem na ilusão da riqueza, perderam a dimensão do Ser, engordando desmesuradamente o Ter: carecem de Self...

E. A. disse...

o modelo das "punições eternas" de Platão que moldou o cristianismo

Isso é erróneo, pois o que o paganismo trouxe ao cristianismo foi a crença na imortalidade da alma. Noções como pecado e consequentes "punições eternas" são alheias a Platão. Ou, então, diga-me onde se fundamenta. Ele fala da metempsicose, doutrina pitagórica.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Final da República de Platão e o mito que ele narra para "justificar" o poder e legitimá-lo. Veja Hannah Arendt que trata disso na Promessa da Política e noutras obras.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon, o Pecado foi a Papillon que o introduziu, embora haja uma mitologia em torno do "pecado" que urge desmistificar. É necessário estudar a antropologia do Antigo e Novo Testamentos..., como fez Bloch, sem preconceitos negativos.
Se bem compreendo Arendt, a ideia de Inferno é muito platónica.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E repare Papillon que H. Arendt funda o poder na tradição, autoridade e religião, sobretudo quando trata de Roma. E recupera outra noção cristã: o perdoar. :)

E. A. disse...

Sim, esse mito final da República, lembra-nos logo o Inferno de Dante, ainda que muito mais "light". :)
Contudo, não há punições eternas; e isto porque quer as almas justas que vão para o Céus, quer as injustas que vão para o Inferno, cumprem as suas recompensas ou penas e reúnem-se de novo com as Moiras que lançam-lhes ao acaso novas vidas que cada alma escolherá encarnar. Ou seja n há irreversibilidade, como o cristianismo vende, ou pelo menos vendeu durante séculos. Sim, o perdoar é muito bonito, mas não é o que a Igreja tem feito.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

"Entre o Passado e o Futuro" de Arendt, vela o ensaio "Que é a autoridade?", onde ela fala desse mito usado para justificar o governo de poucos sobre os muitos.
A Igreja é outra história: Sou livre! :)))

E. A. disse...

Ainda bem que é livre, vai para o Céu, de certeza.
Eu quero ficar no primeiro círculo do Inferno, ao lado de Platão. :)

E. A. disse...

(É onde Dante diz que ele está!). :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon escreveu: "Isso é erróneo, pois o que o paganismo trouxe ao cristianismo foi a crença na imortalidade da alma."
Contudo, tenho razão: Na República, no livro final, Platão narra o mito de Er, ou das recompensas e castigos, também presente no Górgias e Fédon.
Arendt escreve: «E é ainda Platão (...) o verdadeiro precursor das minuciosas descrições de Dante; pois encontramos em Platão, pela primeira vez, não apenas uma concepção do juízo final sobre uma vida eterna ou uma morte eterna, sobre recompensas e castigos, mas a separação geográfica entre inferno, purgatório e paraíso, bem como as noções horrivelmente concretas de castigos corporais graduados". O principal sobre a vida futura, segundo Platão, é que «para cada mal que os homens tivessem feito a quem quer que fosse, eles sofressem dez vezes mais". Donde resulta que para Platão «a teologia era ... uma parte integrante da "ciência política", especificamente aquela parte que ensinava aos poucos como governar sobre os muitos» (Arendt no ensaio mencionada anteriormente).
Quanto ao cristianismo é necessário estudá-lo nas suas fontes e esse estudo pode mostrar que aquilo que dizem dele, incluindo a Igreja, pode ser um terrível disparate! Não sou dogmático, mas aconselho o estudo antes da emissão de "juízos finais".

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Para Bloch, "olhar para o céu" significa "sonhar acordado" e lutar por um mundo melhor, cada qual à sua maneira... :)

E. A. disse...

Ora, os meus juízos nunca são "finais", são sempre ensaísticos! Reconheci que o mito influenciou a leitura do cirstianismo. E o castigo é relevante na filosofia política de Platão. Ele enuncia-o várias vezes, mas não da mesma maneira que a doutrina cristã fará. Acho muito mais perverso o rumo que a interpretação platónica leva. Independentemente dela ser falsa, ou não! Temos consequências dela, é bastante real!

E obrigada por me aconselhar o estudo, assim farei. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

De nada querida amiga Papillon. É um percurso comum que devemos encarar como uma busca cooperativa da verdade. Como não a possuo, faço ensaios online, na esperança de contagiar outros e todos caminharmos nesse caminho da defesa do pensamento livre... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Se me permite a ousadia, aconselho a leitura do livro de Hans Walter Wolff, "Antropologia do Antigo Testamento" (Há tradução espanhola). E os clássicos de Walther Eichrodt e de von Rad, "Teologia do Antigo Testamento", bem como a "Teologia do Novo Testamento" de Bultmann, discípulo de Heidegger. :)

E. A. disse...

Ora essa! Permito-lhe toda a ousadia. :)
As pessoas que mais me influenciaram eram todas devotas do "paraíso perdido". Ou seja, muito desalento e nenhuma fé na era cristã. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O antigo Testamento brinda-nos com uma antropologia do Homem "necessitado, efémero, fortalecido e pensador", cuja mortalidade é vista como um ser passageiro, um sopro... Deveras interessante!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O Paraíso Perdido de Milton!? :)

E. A. disse...

O paraíso perdido da infância, da inocência, representado pelos gregos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon:
Aprecia a tradução de Vasco Graça Moura da "Divina Comédia" de Dante? Ou segue outra ou o próprio original?

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, Walter Benjamin também fala dessas memórias de infância, aliás ele era um leitor atento de Proust... A minha infância está mergulhada na Lua... :)

E. A. disse...

A do Vasco Graça Moura é muito boa, além de ser a única no mundo que segue a rima do original. E é bilingue, tem o italiano ao lado. Eu por acaso estudei italiano, e só tenho essa versão.

A Lua é feminina. E hoje está um Sol radiante! Vou sair. :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Queria dizer: "fui raptado pelos terríveis homens que habitam na Lua. Nem as Estrelas me protegeram." E ainda hoje não sei se o rapto foi bem ou mal-sucedido! Talvez seja uma miragem raptada...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Brinque com o Sol... :)))

E. A. disse...

Vou brincar, sim. E o Francisco tb precisa de levar com Sol nessa cabeça aluada.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Também vou brincar com o Sol... :)

Manuel Rocha disse...

uupps...o que eu perdi...preciso de voltar mais tarde para me actualizar....lol

Manuel Rocha disse...

Espero que o sol lhes tenha aquecido a alma...por mim passei a tarde semeando alhos ( já com certo atraso )...::))

Ora bem, alhos à parte, é evidente que o meu comentário (pseudo-discordante ) teve o efeito pretendido: fazé-lo sublinhar as nossas concordâncias nestas matérias. Mas uma coisa terá que me conceder: se queremos alterar a propensão do poder para se enquistar sobre si mesmo, teremos que procurar forma de o contrariar por outro lado - os métodos tradicionais estão experimentados e chumbados !

Gostei da "farsa" a propósito do 25de Abril. Sim, concordo. Até porque conheço de muito perto o centro das intenções motivadoras. Não tivesse o PCP a estrutura e a capacidade de mobilização que tinha, e a história hoje contada seria outra...Mas isso é tipico da história: reescrever-se de acordo com a vontade dos vencedores!...

Escapou-me de onde vem o original do comentário à critica ao cristianismo....

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O cristianismo vem de um debate com a Papillon, a propósito de outros blogues anticristãos, e da controvérsia sobre Platão que tivemos aqui, via Hannah Arendt.
A alternativa é provavelmente recuperarmos a nossa tradição crítica de pensamento e, sem esperarmos pelos outros, começarmos a travar as nossas lutas, bem como a mudar os nossos hábitos...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
J Francisco Saraiva de Sousa disse...

de uma coisa estou certo: Não podemos sonhar com uma "sociedade perfeita", pensada como remate da História, porque essa ideia que orientou a Esquerda é frustrante e induz a erro...
Dado um novo partido estar descartado, podemos pensar em revoluções moleculares contagiantes, pelo menos online, e abandonarmos a velha ideia da revolução molar. (Falo à Deleuze)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Educação e ensino, ambiente, comportamento cívico e eleitoral, cidadania... são áreas em que todos podem intervir e, talvez, por aqui ter acesso a outras mudanças mais substanciais...
Mas diga o que pensa... :)))

Manuel Rocha disse...

Controvérsia sobre cristanismo...tipo LK + DM ?! Argumentação algo gratuita e desnecessariamente ofensiva...

Sociedade perfeita com humanos ?! Demasiado utópico! Mas não faria mal algo com mais conta peso e medida...mas onde fazer essas sementeiras? Dir-me-á: educação e conhecimento... e eu concordo. Mas confesso-lhe que há dias em que fico perplexo. Dou-lhe um exemplo. Há dias aqui na blogosfera comentei um post sobre " Liberdade e Justiça" que defendia, e bem, que numa sociedade democrática de direito os fins não justificam os meios, e que defender isso e praticar ocasionalmente o inverso torna o discurso de quem o faz um exercicio de demagogia. Concordei. E recordei que é exactamente o mesmo tipo de exercicio de quem publica uma foto de um urso polar sobre um cubo de gelo para ilustrar a tese de quem defende a teoria do aquecimento global ( tinha sucedido no dito blog, pelo mesmo autor, dias antes...). Então não é que me eliminaram o comentário ?!E quem o fez está em pós doutoramento, segundo publica! Não é caso para ficar perplexo ?!....::))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

É para ficar perplexo com a falta de auto-connfiança dessas pessoas!

E. A. disse...

É. Aqui qd o Francisco n gosta, ou manda estudar ou cuidar da saúde mental. Por isso gosto do Francisco, é consultor de pontos de vista. :) (apanhou solinho? espero que sim)

Que fixe, o Manuel esteve a semear alhos! :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Não percebo nada de alhos, mas julgo estar fora do tempo da plantação... não sei... :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon
Estou a precisar ser apaziguado, depois de duas polémicas estéreis. Já não sei o que dizer, porque põem em causa tudo e pensam de modo voluntarista, como se negar a evidência fosse pensar. Puff

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A minha palavra de ordem é: tudo para a escola, incluindo muitos professores. :)))

E. A. disse...

Tb n percebo de alhos, tenho uma laranjeira, flores, mas alhos não.

Um poema para si, caro Francisco, da Sophia:

Como uma flor vermelha

À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.

E. A. disse...

Os professores têm de continuar a estudar, sempre. São eles que educam, têm uma grande responsabilidade.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Obrigado. Poema bonito.
A Sophia tem poemas lindos..., mas nunca meditei a sua poesia. Mas vou tentar...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Exacto, mas a partir do momento em que sentem o emprego seguro desistem. Ser professor é ser também "eterno aluno". Bachelard diz algo muito importante sobre isso, mas não consigo localizar o texto ... Quando conseguir, digo: merece ser lido e colocado como lema do ensino.

E. A. disse...

O emprego pode ser seguro, mas o mistério da vida persiste. Como uma flor vermelha.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Uma flor vermelha! sim...