terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Elites do Poder e Sexual Bondage

Diversos estudos americanos e europeus demonstraram que os colarinhos-brancos de determinados sectores das elites do poder (Janus et al., 1977), portanto homens que ocupam posições dominantes na sociedade, recorrem regularmente ao serviço de prostitutas para os dominar. Isto significa que os homens que ocupam posições dominantes na sociedade, tais como políticos ou empresários bem sucedidos, são homens submissos que, devido à dificuldade de encontrar mulheres heterossexuais dominantes (Baumeister, 1988; Weinrich, 1987), recorrem ao negócio emergente denominado «dominatrix»: mulheres dominadoras profissionais («dominatrices») que satisfazem as necessidades sexuais de homens submissos-receptivos, supostamente não-homossexuais (Scott, 1983).
Quer sejam prostitutas ou não, estas mulheres dominadoras podem atar ou acorrentar os seus clientes de colarinho-branco, dar-lhes palmadas ou chicotadas, açoitá-los, dominá-los e humilhá-los. Muitas destas práticas são suficientes para satisfazer as necessidades dos seus clientes, que também podem masturbar-se durante a sessão de submissão ou de sujeição sexual.
E em Portugal? A nossa pesquisa mostrou claramente que as práticas de sexual bondage são muito frequentes entre os portugueses e que um número significativo de homens portugueses prefere o papel submisso-receptor, mesmo que não sejam homossexuais. Muitos desses homens ocupam efectivamente posições de relevo na sociedade portuguesa. Contudo, no que se refere aos homens homossexuais e bissexuais, convém frisar que um número significativo desses homens prefere o papel dominador na execução de actos muito hipermasculinos, tais como rimming, dildo, cookbinding, watersports, enema, fistfucking, scatologia e catheter. (Talvez mais tarde resolva partilhar mais dados.)
J Francisco Saraiva de Sousa

24 comentários:

E. A. disse...

Viva! Sempre com temas hiper-interessantes, Francisco! :)

Ouvi uma vez num documentário uma psicóloga falar sobre as práticas sado-maso e achei interessantíssimo o que ela disse: que ao contrário do que aparentemente se possa pensar, o masoquista é sempre o que domina a situação, daí que maioritariamente sejam os homens nessa posição, o que leva à conlusão que a troca de papéis de dominador-submisso é aparente, o homem nunca deixa de ser dominante. E porque é que o masoquista domina? Porque o que está em causa é proporcionar dor, ora o limite (porque há sempre limite) é imposto pelo que sofre.

p.s.: importa-se de traduzir aquelas práticas "hiper-masculinas" que enunciou? Só conheço o fistfucking e a escatologia.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Vai dar muita asneira: anel, clister, vibrador, projecções urinárias, ligaduras, etc.
Sadomasoquismo deve ser distinguido da sexual bondage. há tr~es variações: Dominação e Submissão (D & S), Sadismo e Masoquismo (S & M) e Bondage and Discipline (B & D). :)

E. A. disse...

Ui, ui, ui... para mim isso é um admirável mundo desconhecido. Por isso não faço ideia de que coisa falava a psicóloga. Mas tudo bem. Fica o apontamento. :)

Obrigada pelas traduções.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

É um mundo admirável no sentido grego do termo: um espanto que me foi imposto e do qual ainda não me libertei completamente. A busca da explicação destes fenómenos aparentemente fáceis de compreender. Mas não abordei esse problema aqui neste post. O narcisismo é um traço a ter em conta e ajuda a compreender o comportamento das elites e o seu abuso do poder. Os trabalhadores procuram sexo oral e vaginal. Estes procuram sujeição sexual. Curioso! :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim: alguns hetero-tudo marcam sessões de sadomasoquismo via Internet mistas (homens e mulheres) e depois "abusam" muito da passividade, recorrendo a quimícas, e de modo muito "violento". Muito sadismo.
Os homens do Direito, independentemente da orientação sexual, tendem a ser muito submissos, muito mesmo, demasiado submissos. Um tema para pensar. :(

E. A. disse...

Pois, a sujeição sexual não é nada fácil de compreender. E é estranha de se ver: quer dizer vi em filmes, por exemplo no Belle de Jour do Buñuel e outros. Parece que há uma expiação de culpa, porque a dominadora fala de castigos e fala como se fosse uma mãe para um bebé, há nitidamente uma regressão à infância, mas não sei porque acontece esse devir. Porque os homens, todos eles, têm algo de "passivo" e podem-no transpor para uma relação sexual "normal" sem os aparatos e o teatro. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ja. Todos temos alguma fragilidade passiva. Contudo, pode ser paradoxal! Um exemplo: homem casado, bissexual (sic) e com filhos, que, em relações homo, é invariavelmente passivo. Como explicar? :)

E. A. disse...

Em vez de querer uma mulher com um dildo à cintura, prefere uma pila. N faço ideia.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sabe que já existem umas mulheres safadinhas, bem portuguesas, que brincam com o dildo nos maridos!
:)

E. A. disse...

Não sei cientificamente como saberá o Francisco, mas pressuponho. :)

E. A. disse...

A estimulação anal nada tem a ver com homosexualidade. Dessa feita, o senhor do seu exemplo, é nitidamente bissexual ou, provavelmente, mesmo homossexual.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, é tudo científico. E procuro não generalizar os resultados, embora em aspectos pontuais possam ser generalizados.
Claro, tenho muitos resultados nesta área e partilho alguns aqui, mais para quebrar o medo dos tugas. Acordá-los do ópio que é a hipocrisia nacional, o politicamente correcto. isso tudo. Não gosto de zombies! Gosto da verdade..., da luz, da vida, da integridade... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Aristóteles, numa obra que não deve ser dele, dizia que sim.
Ah, os heteros que gostam do dedo no c..., para ficar excitados? Sim, também existe disso. a sexualidade é muito complexa. :) ou :(, não sei...

E. A. disse...

Sim. Se calhar o problema dos portugueses é terem uma sexualidade muito pouco satisfatória. E depois vingam-se no dia-a-dia...

Claro que existe "disso". Os homens hetero, aliás, deviam ser menos preconceituosos e ser mais exploratórios e curiosos. No sexo como na filosofia: superar preconceitos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Penso que as nossas conversas vão ser publicadas sob o título: "Filosofia sem Preconceitos".
Os hetero-luso despem-se deles facilmente em certas circunstâncias... :)))

E. A. disse...

Nas circunstâncias da parvalheira! Porque muitos rapazes falam falam mas de sexo não percebem nada!
Os meninos-hetero precisam de aprender a ser mais sensíveis e menos genitais, se querem ser "bons amantes", claro. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Exacto. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Estou a ver o meu FCPorto.

E. A. disse...

Um breve post-scriptum para rematar a conversa de maneira "justa":
as mulheres também têm muitos preconceitos; começando por elas mesmas, que se desconhecem sexualmente. Em seguida, e neste momento, vivem numa euforia estúpida para serem desejadas e *odidas, portanto, desconhecem também o seu lugar social de "escolher os machos" e não o contrário! É claro que não sou fundamentalista. Mas parece-me que o roça-roça se observa em tudo na vida: no sexo, no conhecimento, é tudo superficial, sem profundidade, sem sentido.

Eu sou do SCP :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Vencemos como sempre: Blue Dragon é marca de vitória. :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Concordo com o que disse. Também não sou fundamentalista. :))

E. A. disse...

Pois...
O Sporting não é tão afortunado... e dotado, talvez. Mas eu n percebo de futebol. Sou do SCP porque o meu pai é.

Parabéns!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Obrigado. Era bom ganharmos outra taça. A Europa fica louca, sobretudo os ingleses.
Paulo Bento é muito "cabeçudo"!
:)

Unknown disse...

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